quarta-feira, 25 de maio de 2011

Longe

Estive ausente nos últimos dias.

Assim como acontecem as constipações de outono, a fraqueza me pegou em cheio. E, como era de se esperar, a quem quer que seja e que esteja com baixa imunidade. O fato é: minha alma partiu-se em mil. Estive doente de alma.

Quis chorar: não consegui. Quis gritar: encabulei. Quis pedir socorro: fraquejei.

Segui, então, na minha vidinha rotineira, sendo grata pelo sol que ilumina minhas manhãs; por eu saber fazer uma xícara de café; por ver que minha orquídea dará a segunda florada; por escutar pássaros no jardim...

Caminhei para frente e olhei para cima, mas na verdade sinto um grande soluçar, uma dor e uma tontura que quase me impedem de prosseguir.

Quero abraçar meus amigos e ser por eles abraçada. Mas como anunciar isso de forma simples? Sem assustar ninguém? Estou tão longe...

Então esperei. O que podia passar, passou. O que devia ficar, ficou.

Percebi que não gosto mais do frio. Que qualquer pedacinho de papel na rua pode evocar lembranças. Que tudo é rápido e demorado ao mesmo tempo - deve ser por isso que uma simples hora tem muito mais que mil segundos...

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