sábado, 22 de outubro de 2011

Tem camarão? Tem, sim senhor!!!!!

Sábado chuvoso. Semana chuvosa. Aliás, mês chuvoso.
Acho que fui vítima de uma propaganda enganosa. Pensei que moraria numa ilha, tropical, praia, sol, calor, conchinhas, drinks de abacaxi.... Bem, na verdade, só está mesmo faltando o sol.

O meu bairro se chama Jardim da Penha. Dizem que tem esse nome porque é muito plano e se estende como um jardim à beira-mar, aos pés do Convento da Penha, padroeira do Espírito Santo e minha madrinha, nesta última temporada. Quando andamos na praia, de qualquer ponto se pode avistar o Convento, ao final da Terceira Ponte. E realmente posso me sentir "uma flor" do Jardim da Penha.

Dentre as inúmeras maravilhas do meu bairro está a Feira do Jardim da Penha, aos sábados. (Abro aqui uns parênteses: quem é de S.P/Capital nem sabe o que é deixar de ter uma feira por perto... nem liga para a maravilhosa variedade que se pode ter ao alcance das mãos, não sabe o que é ficar sem uns pastéis com caldo de cana... preciso explicar que em BH a feira é quase inexistente. E eu estava com quinze anos de abstinência de passear por entre frutas, legumes e verduras fresquinhos, ouvir as cantilenas dos feirantes, ir provando pedacinhos aqui e ali, planejar o cardápio da semana e sair carregadíssima de sacolas....).

Pois bem, decidi que hoje iria à feira e iria comprar camarões. Modestos. Daqueles pra fazer um almocinho caseiro. E não é que amanheceu chovendo? De novo!!!! Mas, determinada, fui assim mesmo. Sacola na mão, uma ideia na cabeça. Além do dinheiro no bolso, óbvio. 

Durante a semana, havia pedido umas dicas para minha amiga e Chef Celita. Ela me deu tantas ideias que daria pra fazer um festival gastronômico do camarão.... Também um outro amigo contribuiu com sua receita, o Jeferson. Ainda bem que temos esse contato virtual... gostaria tanto de ter todos comigo, aqui em casa, almoçando, comemorando... como isso já é difícil.... pensei em dividir meu almoço com vocês. 

Munida dos melhores ingredientes, armada com facas e panelas, paramentada com meu avental, coloquei o almoço em prática. Preciso dizer que não segui nenhuma receita à risca. Li todas as dicas e  as misturei todas.... criei meu próprio cardápio, com base intuitiva e nos conselhos de meus amigos. 

Arroz branco salpicado com coco-fresco torradinho na manteiga
Camarão refogado no creme de leite e requeijão com um toque de bacon
Couve-flor cozida com salsinha e parmesão

Máquina em punho, Danilo, meu fiel escudeiro, registrou algumas cenas pra ver se vocês, alguém que seja, aprovam. Fica feito o convite.... 
























domingo, 16 de outubro de 2011

VARAL

Aqui estou eu de novo. Apertei o ligar.
Dei uma grande pausa, mas depois precisei chacoalhar incessantemente na máquina de lavar. 
Fui encharcada, agitada, torcida, espremida, centrifugada. 
Entrei cheia de nódoas e ainda não sei como (me) saí.
É preciso me estender, secar ao sol, me expor ao sol pra ver o estrago feito. 
Ou não. 
Às vezes entramos um e saímos outro. 
Às vezes entramos um e saímos o mesmo - melhorado.
Limpo.
Eu ainda não sei.
Programei a lavagem mais longa e pressinto que a secagem também o será.
Nesse meu varal imaginário, cheio de sol, posso abrir os braços, fechar os olhos, 
sentir o vento passando bem forte pelos meus cabelos.
Posso parar e deixar o tempo passar.
O tempo e o vento, amigos que brincam comigo.
Sou joguete nas mãos do tempo. Sou joguete nas mãos do vento.
Mas confio neles.
Brigo. Finco o pé e não arredo dali.
Posso comprovar o quanto sou forte. O quanto sou resistente. O quanto sou determinada.
O vento não me derruba.
O tempo não me apavora.
Eles passam por mim, mas eu resisto a eles.
Um dia vou secar.
(Será bom?)
Secar e apagar de mim as manchas, as nódoas, as mágoas.
Minhas mãos ficarão firmes.
Minhas pernas ficarão fortes.
Minha cabeça ficará erguida.
Meu coração ficará leve.
e o resto?
o resto ficará como tem de ser.