Aqui estou eu de novo. Apertei o ligar.
Dei uma grande pausa, mas depois precisei chacoalhar incessantemente na máquina de lavar.
Fui encharcada, agitada, torcida, espremida, centrifugada.
Entrei cheia de nódoas e ainda não sei como (me) saí.
É preciso me estender, secar ao sol, me expor ao sol pra ver o estrago feito.
Ou não.
Às vezes entramos um e saímos outro.
Às vezes entramos um e saímos o mesmo - melhorado.
Limpo.
Eu ainda não sei.
Programei a lavagem mais longa e pressinto que a secagem também o será.
Nesse meu varal imaginário, cheio de sol, posso abrir os braços, fechar os olhos,
sentir o vento passando bem forte pelos meus cabelos.
Posso parar e deixar o tempo passar.
O tempo e o vento, amigos que brincam comigo.
Sou joguete nas mãos do tempo. Sou joguete nas mãos do vento.
Mas confio neles.
Brigo. Finco o pé e não arredo dali.
Posso comprovar o quanto sou forte. O quanto sou resistente. O quanto sou determinada.
O vento não me derruba.
O tempo não me apavora.
Eles passam por mim, mas eu resisto a eles.
Um dia vou secar.
(Será bom?)
Secar e apagar de mim as manchas, as nódoas, as mágoas.
Minhas mãos ficarão firmes.
Minhas pernas ficarão fortes.
Minha cabeça ficará erguida.
Meu coração ficará leve.
e o resto?
o resto ficará como tem de ser.
Que o sol nunca a seque, mas que a mantenha sempre túrgida...
ResponderExcluirbeijoca
Oi, Sandra! obrigada... entre a seca e a cheia (ou o contrário) há tanto palmo de chão... tanto dedo de prosa... tanto ensimesmar-me...
ResponderExcluirLINDO!! Adorei! Del
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