Eu já me despedi de alguém numa velha estação de trem.
Europeu. Elitizado.
O trem e o meu amor que partiu.
E eu voltei pra casa sozinha, à noite,
dentro de um sobretudo negro pesado,
mais pesado que as dores da minha alma.
O trem e a gare,
Santa Apolónia,
a estação da qual meu amor partiu.
Voltei para casa a pé, mãos nos bolsos,
cabeça baixa
e a certeza de um fim.
Tão jovem, 18, 19 anos,
andando cabisbaixa na estação de trem.
Naquela época, mal sabia eu quantos amores teria pra me despedir.
Um é sempre único.
Cada um é único.
Princípio e fim de uma história singular.
Tantos anos se passaram
outros novos amores vieram e se foram.
E em cada partida a mesma dor.
O som ao fundo, do apito de trem...
A voz rouca, de músicos de jazz...
O barulho da porta se fechando...
O som das chaves, o molho de chaves, agora reduzido à metade...
A vida transportada em sacolas...
A angústia das palavras não-ditas, malditas...
O coração partido e a eterna vontade de recomeçar.
E lá pode ser o lugar para início do 'projeto'... rs Tudo o que leio, vejo, cada verso é combustível para esse pensamento: o seu recomeçar e o meu começo por mares nunca...
ResponderExcluirLeninha