terça-feira, 19 de outubro de 2010

Acordei meio Ana Cristina

Volta de viagem
e eu perdida
arrumar as roupas
arrumar a vida

Volta de viagem
e eu partida
arrumar motivos
de mais uma briga

Volta de viagem
e eu sofrida
arrumar desculpas
e encarar a vida

Volta de viagem
e eu mexida
sem ter coragem
para a despedida

Volta de viagem

Partida



Hoje eu acordei meio Ana Cristina.

Acordei assim em 2004. Acordei assim em 2010.
A Ana Cristina a que me referi é A. C. Cesar. Poeta maior e marginal, que se foi tão jovem. Pretensão minha, eu sei. Com seus "Inéditos e Dispersos", muitas vezes eu sonhei palavra por palavra. Li seus poemas mastigando em mim sentimentos tão sinônimos que até hoje, eu acho, ainda os estou digerindo. Até hoje me sinto assim, tantos anos depois de "conhecê-la". Mergulhar no universo de A.C. é o mesmo que fazer uma viagem interminável. É uma volta constante a mim - que não fui, que não sou, que não fiz.
É uma volta, volta, volta.
Um dia eu volto.

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